A COP chegou!
Mas afinal, o que é a COP?
E o que ganhamos com isso?
Nossa vida social é um emaranhado de fios que se integram ao mundo que vivemos. E somos, todos, um grupo de atores no enredo da sobrevivência do nosso meio ambiente e as atividades humanas.
A COP 30, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, pousa em Belém do Pará como um cometa de esperanças e contradições. Pela primeira vez, a Amazônia vira o centro do debate global — e não apenas o cenário exótico de discursos sobre sustentabilidade. O evento terá como foco central a transição energética, a preservação das florestas e o desenvolvimento sustentável com justiça social.
O palco é real: floresta, calor, gente, rios, fumaça — e o som insistente da urgência. O evento reúne líderes mundiais, cientistas, empresas, artistas e cidadãos em torno de uma pergunta urgente: como desacelerar a crise climática e garantir um amanhã habitável? Os dados das mudanças climáticas são alarmantes, e a mensagem parece ser bem clara: talvez tenhamos as últimas chances de salvar o nosso meio ambiente.
A COP virou a nova Copa do Mundo. Fato. Já tivemos de tudo, especulação mobiliária e hoteleira, grandes shows, presença de celebridades, de monarcas e do povo, principalmente os povos originários, tão merecedores de voz e segurança. Mas, ainda assim, diante de um discurso tão forte, há um lado que acaba por esvaziar o evento. A ausência de algumas nações, ou de parte de seus representantes, enfraquece o discurso. É esperar e ver os resultados. Mesmo no Brasil, enquanto um lado defende o evento, há um outro que almeja aumentar a exploração das terras, especialmente as da Amazônia.
A pauta, porém, já mostrou bons resultados. Dos 49 pontos da agenda do evento, apenas dois ficaram sem acordo. Os temas foram divididos em seis eixos temáticos e trinta objetivos centrais.
Já dá para falar em legado? Acredito que sim. Talvez não o ideal, o almejado, mas sim o possível.
O primeiro legado é entender que a pauta da COP é constante. Não dá para agir somente agora; o esforço deve ser coletivo e frequente. Muitas empresas já decidiram agir no pós-COP, pois o evento é trend, porém caro, no momento. E que bom saber que tem gente e empresas para agir no depois.
É muito importante também falar do protagonismo da sociedade civil. A força do Pará é nítida. Entre erros e acertos, o Estado, e, consequentemente, o Brasil e os demais Estados coligados, farão do país uma ponte de conversas sobre as mudanças climáticas. Mesmo que ainda seja uma fonte controversa.
Para aqueles que estão em Belém, é dar o máximo. Para os que acompanharão de longe, o desafio será reverberar.
Estamos fazendo história.
